“Eu peço que esta obra seja lida com indulgência e que os erros inevitáveis em matéria tão difícil sejam menos assunto de recriminação do que oportunidade para novas tentativas e pesquisas mais felizes.” Isaac Newton (1642-1727)

domingo, 10 de outubro de 2010

Transtorno Obsessivo-Compulsivo em Crianças

As “manias”, alguns tiques e pensamentos absurdos que não saem da cabeça podem fazer parte do quadro de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e, embora esse quadro tenha geralmente início na adolescência ou começo da idade adulta, ele pode aparecer na infância de forma tão comum quanto em adultos. A idade de início costuma ser um pouco mais precoce nos homens mas, de qualquer forma, cerca de 33 a 50% dos pacientes com TOC referem que o início do transtorno foi na infância ou adolescência.
As características essenciais do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) são obsessões ou compulsões recorrentes e suficientemente graves para consumirem tempo ou causar sofrimento acentuado à pessoa. Essa descrição do transtorno serve para adultos e crianças. Leigamente diz-se que a pessoa tem várias “manias” e que é esquisito ou estranho mas, normalmente, o portador de TOC sabe que suas manias, obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais.
Com mais freqüência o início do transtorno é gradual, mas em alguns casos pode ser agudo e a média de idade para seu surgimento é dos 6 aos 11 anos. A maioria dos indivíduos tem um curso crônico de vaivém dos sintomas, com exacerbações possivelmente relacionadas a ansiedade, depressão e ao estresse.
É comum (mas não exclusivo) que o TOC se manifeste em pessoas que tragam um forte traço de ansiedade na personalidade ou mesmo, que tenham um Transtorno Anancástico (obsessivo) de Personalidade . O Transtorno Obsessivo da Personalidade é caracterizado por forte inclinação ao perfeccionismo, preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordens, organização ou horários, insistência em impor aos outros o seu modo de desenvolver tarefas, excessiva devoção à produtividade, indecisão, excesso de responsabilidade (concenciosidade), inflexibilidade a respeito de questões morais ou éticas, extrema dificuldade para expressar sentimentos, incapacidade de desfazer-se de objetos inúteis.

Pesquisas sobre as Causa de TOC
As pesquisas sobre a origem do TOC envolvem recursos da neuroimagem, neuroquímica, neuropsicologia e estudos genéticos. Em relação à neuroimagem, alguns trabalhos mostram anormalidades nas vias córtico-estriatal-talâmico em casos de TOC em adultos e crianças. Os estudos que avaliam alterações neurofisiológicas no TOC, tais como nas imagens funcionais, neuroimagens, nos tratamento farmacológico e eventuais terapias cirúrgicas sugerem que o TOC estaria relacionado a anormalidades orgânicas.
A tomografia com emissão de pósitrons (SPECT) revelou aumento do metabolismo da glicose no córtex orbito-frontal e pré-frontal, núcleo caudado direito e giro cingulado anterior em adultos e crianças com TOC, e o tratamento bem sucedido com fármacos inibidores da recaptação seletiva de serotonina que normaliza o metabolismo da glicose nessas regiões atenuam também a sintomatologia da doença. Muitos estudos farmacológicos e bioquímicos sugerem que as anormalidades nas atividades da serotonina e dos receptores serotoninérgicos do sistema nervoso central estão fortemente relacionadas ao Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Crianças com TOC exibem índices aumentados de sinais neurológicos leves, incluindo déficits no raciocínio não-verbal. Muitos destes sinais quando encontrados na infância podem ser um fator preditivo para o TOC no adulto. Os achados dos estudos da imagem, neurológicos e neuropsicológicos implicam em um predomínio das disfunções no hemisfério cerebral direito.

Fonte:
Ballone GJ - Transtorno Obsessivo-Compulsivo em Crianças - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, 2006

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

video de incentivo...Por dios, basta ya


Pois é...eles estao ficando especialistas nesses videos! Qaundo estiverem desanimados cantem: "Les sigo a todas la pista...

Entre o real, o teórico e o científico...


“... como não somos gênios, precisamos de parâmetros  para caminharmos  no conhecimento.  Porém, ainda que simples mortais, a marca de criatividade  é nossa “griffe” em qualquer trabalho de investigação.” (Minayo, 1994, p. 17)
Conhecer o mundo real é preocupação que acompanha o homem desde que ele descobriu o pensamento e percebeu que este tinha influencia sobre o mundo. A ciência é a representante legal perante a sociedade dessa busca do homem em compreender aquilo que é real. A  ciência responde por essa,pois ela é capaz de gerir repostas de ordem técnica utilizando também uma linguagem técnica baseada em métodos replicáveis. Porém, a ciência também possue conflitos os quais envolvem a discussão entre as ciências naturais e sociais. O questionamento sobre a legitimidade das ciências sociais enquanto algo verdadeiramente cientifico e a relutância das ciências naturais em querer que as ciências sociais sigam métodos idênticos provocam enfrentamentos entre as mesmas.  Sabe-se que embora precisemos de métodos científicos para comprovar nossas teorias sobre o mundo, o conhecimento ou podemos dizer a cientificidade até, não requer de uma só maneira para existir, pois isto depende, por exemplo, até mesmo do conceito daquilo que é ou não real. Mas se focalizarmos nos questionamentos a respeito das ciências sociais veremos que é realmente difícil conceber a mistura entre pesquisador e objeto de estudo. ( é como um homem tentar colocar outro homem em seu microscópio gigante e tentar perceber ali coisas que envolvem todo o resto do mundo).  Contudo, seguir a objetivação das ciências naturais sem descaracterizar o objeto e a forma de compreensão desse objeto não parece ser viável. De certa forma, parece que a grande discussão gira mais em torno do método gerador da ciência do que da ciência em si, mas método também é ciência, mesmo que a ciência não seja apenas o método. O importante é lembrar que a ciência que é construída em um determinado tempo e espaço e depende de um meio cultural. Este meio limita até mesmo avanços das ciências naturais, pois se assim não o fosse podemos imaginar que Einstein teria feito descobertas muito maiores e melhores, mas o tempo e o espaço limitam ate mesmo o mais genial dos cientistas. ( hoje muitas coisas parecem simples porque caras como ele existiram antes de nós. Os grandes cientistas que me perdoem, mas lembrar que estamos sempre sobre ombros de gigantes é fundamental).
Mesmo que as ciências sociais façam de forma falha a aproximação daquilo que seja o homem, não se pode negar que ela supera em análise qualitativa as suas faltas.
Ao que diz respeito à metodologia compreende-se a mesma como um caminho a ser percorrido para a compreensão do objeto de pesquisa pelo pesquisador.  A teoria serve de “mapa” para esse caminho. É impossível encontrar um verdadeiro tesouro sem um mapa real, bem desenhado e esclarecedor. Sem o uso desse mapa é impossível saber quantos passos e em que direção se deve andar.
Para concluir gostaria de ilustrar com algo que me pareceu bastante didático sobre o ciclo da pesquisa. Essa ilustração pertence ao site pos-graduando.
Fonte:posgraduando.com
Segundo Minayo, a pesquisa é um labor artesanal em que o primeiro passo é uma pergunta e o rascunho de algo que pode gerar questionamentos de forma mais organizada, em seguida a fase exploratória da pesquisa o investigador sai a campo e depois de recolher e analisar seu material ele faz afirmações sobre o que encontrou o que inevitavelmente o fará se questionar sobre isso de forma mais aprofundada e com um pouco mais de experiência.
Referencias:
Minayo, M.C.S. (1994) Pesquisa Social. Teoria,
      método e criatividade. (capítulo 1, pp. 9-29).  
      Petrópolis:Vozes.